Reclamar. Somos seres especialistas nessa arte! Quando somos crianças nossas reclamações estão ligadas à nossa sobrevivência. Se o bebê não gritasse com toda a força reclamando que está com fome, certamente muitos pais deixariam o filho sem comer. A reclamação faz parte da sobrevivência. Quando crescemos a reclamação ainda faz parte da vida, pois em muitos momentos é útil. Se não reclamarmos de um serviço mal prestado de alguém, certamente aquele serviço nunca irá melhorar. Ou seja, de certa forma precisamos da reclamação em nossa vida!
Porém, pelo fato de a reclamação fazer parte da nossa vida acabamos achando que podemos usá-la para qualquer coisa, indiscriminadamente, de qualquer forma.
Foi o que o povo israelita fez logo após serem libertos por Deus da escravidão no Egito. Reclamavam de qualquer coisa de forma indiscriminada. Esse fato deixou Deus irado: “nenhum dos homens que, tendo visto a minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, todavia, me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz, nenhum deles verá a terra que, com juramento, prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que me desprezaram a verá.” (Nm 14.22-23).
Reclamar não é algo proibido. Porém, reclamar indiscriminadamente apenas pelo hábito de reclamar não agrada a Deus.
Por exemplo, tem gente que acorda e reclama que o sol está muito quente. Quando chove reclama porque está chovendo. Quando faz frio reclama porque não está calor. Se venta reclama da sujeira trazida pelo vento. Se não venta reclama porque o ar “está muito parado”. Se não tem trabalho reclama do desemprego. Se arruma um trabalho reclama que tem que acordar cedo para trabalhar. Se não tem dinheiro no bolso reclama das “vacas magras”. Quando tem dinheiro reclama que é pouco… compreende aonde a reclamação pode nos levar?
Esse tipo de reclamação é a reclamação da ingratidão. E a reclamação apenas “por reclamar”. É a reclamação que considera apenas as circunstâncias que representam certo desconforto e não avalia o todo dos fatos. É o tipo de reclamação que não agrada a Deus de forma nenhuma.
Aliás, Deus prefere muito mais o “clamar” do que o “reclamar”. Veja que interessante:
O povo israelita reclamou contra Moisés: “E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?” (Ex 15. 24). O que Moisés fez? Poderia ter sido contagiado por tanta gente reclamando (o que geralmente acontece), nas não! Veja:
“Então, Moisés clamou ao SENHOR, e o SENHOR lhe mostrou uma árvore; lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces. Deu-lhes ali estatutos e uma ordenação, e ali os provou” (Ex 15. 25).
A reclamação ingrata do povo não surtiu efeito algum positivo, senão efeitos negativos no coração deles. O clamor de Moisés a Deus resultou em bênçãos a Moisés e a todo o povo, até os “reclamões”. Uma pessoa que clama consegue muito mais avanços do que um povo inteiro que reclama ingratamente.
Assim, está diante de nós: Clamar ou reclamar? A escolha é de cada um!
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